E o Deserto Arábico

 

De repente parei no deserto.

E o deserto parou o meu ego.

Sem pensar, Fiquei mirando as ondas de areia

na direção do poente.

 

O sol, qual bola de fogo,

Dominava, com seu clarão,

a cor rósea do areal.

 

O areal, escamado, perdia-se no horizonte,

E a vista iludia o ego já vencido.

Um vento frio dominava,

E os músculos enrijeceram incontinente.

O deserto adiante se tornou um oco.

O deserto é infinito como o oco.

O deserto não ilude.

É aconchegante e puro.

Sua areia fina, macia, acaricia os pés,

            e toca no íntimo da sensibilidade.

O medo do deserto,

E a sensação de tudo igual,

Impõem um breque aos impulsos,

E conduz o ser pensante a meditar.

 

 

Hércules/2008           

(Hotel Sheraton Dubai Emirados Árabes)