Ser Poeta
O poeta há de ser finamente ardiloso,
E na sutiliza não pode esquecer o ardil.
Na sua condição de perquirir a natureza,
Retira do real a essência do sonho.
No sonho vive ruminando os sentimentos,
E os sentimentos levam-no ao sublime etéreo.
Ao levitar no nimbo, toca-lhe a sensação de choro.
É que, na sua abstração, abandonou o real,
E construiu seu mundo particular e maravilhoso,
Atingindo a essência de si mesmo.
Isolando-se em sua própria individualidade,
Afastou-se do real em condições absolutas,
Aguçando as fontes sensíveis do seu ser,
Purificando sua alma.
Sublimando-se.
Hércules/1997